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Postado em: 29/04/2021 - 16:54 Última atualização: 30/04/2021 - 09:56
Por: Natália Fernandes - Portal Imbiara

Abril é o mês de conscientização sobre o Autismo

Nesta quinta-feira (29) o Imbiara Notícias recebeu a participação do Psicólogo Bruno Resende e da autista Janaína Correia Sguerri de Faria para falar sobre o tema: Autistas no Mercado de trabalho

O autismo é uma síndrome de difícil diagnóstico. Arte: Foto: Cruz Azul

Na manhã desta quinta-feira (29) o Grupo Imbiara de Comunicação através do programa Imbiara Notícias entrevistou o psicólogo Bruno Resende e a publicitária Janaína Correia Sguerri de Faria que é autista para falar sobre um dos principais temas do mês de abril a conscientização do Autismo.

A profissional de marketing conta que recebeu o diagnóstico tardio do Autismo devido ter as características comparadas com outros transtornos pelos profissionais. “Passei muitos anos da minha vida, andando de psiquiatra a psiquiatra tentando descobrir qual era o meu problema. Era visível que eu era uma pessoa diferente. Eu já havia recebido nove diagnósticos entre eles, síndrome do Pânico, transtorno de ansiedade e TOC”, disse Janaína.

Janaína é coordenadora em Araxá do Movimento Orgulho Autista no Brasil (MOAB) e falou sobre a inserção dos autistas no mercado de trabalho. “As pessoas ainda tem o estigma de que o autista é aquela pessoa que não fala e se balança o tempo inteiro, a minha função hoje é mostrar as coisas não são bem assim, que o autismo é um espectro que pode ter sim a dificuldade da fala ou da comunicação, mas que existem outras características que as pessoas não compreendem. Por exemplo, para os autistas a dinâmica de grupo é um caos. O autista pode ser um profissional exemplar pela disciplina, pelo foco e concentração o autista tem uma gama de informações maior do que outras pessoas. Existem limitações mas existem também grandes potencialidades”, afirma a publicitária.

Segundo o psicólogo Bruno Resende, existem variâncias de graus que definem os impactos do espectro em cada autista. “Se a gente pensar que temos autistas em um grau mais leve, onde os prejuízos não são tão impactantes, um grau moderado onde os prejuízos estão em um contexto de impactos cognitivos, sociais e de comportamentos e um grau mais grave onde vamos nos lembrar da estereotipia do balanço, comprometimento da linguagem. Tem um prejuízo muito grande nesse contexto” explica o psicólogo.  

Com relação ao incentivo para as oportunidades no mercado de trabalho, o psicólogo afirma que as empresas precisam trabalhar as habilidades de cognição social como um eixo fundamental. “Eu vejo que as empresas precisam muito começar a trabalhar em uma linha de  treinamento e desenvolvimento desses aspectos principais, treinamentos também para falar sobre autismo” disse Bruno.

 

 

 

Sobre o Autismo

O Autismo - Transtorno de Espectro Autista (TEA) é uma condição de saúde caraterizada por déficit na comunicação social, a socialização, comunicação verbal, não verbal e comportamento, interesse restritivo e movimentos repetitivos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que cerca de 70 milhões de pessoas são autistas em todo o mundo, com a maior incidência no sexo masculino.

Estudos evidenciam uma predisposição genética, ambientais e infecções durante a gravidez, apesar das causas não serem totalmente conhecidas de acordo com Associação de Amigos do Autismo. O diagnóstico é clínico e pode ser realizado por meio de observação direta do comportamento do paciente e de uma entrevista com os pais ou cuidadores. Alguns sintomas do TEA aparecem antes dos 3 anos de idade ou com um possível diagnóstico por volta dos 18 meses.

Especialistas indicam a importância de iniciar o tratamento o mais rápido possível, mesmo que ainda seja uma suspeita clínica e sem diagnóstico concreto, pois o quanto antes se iniciar as intervenções maiores são as possibilidades de melhorar a qualidade de vida de quem possui o autismo, e assim obter um melhor desenvolvimento pessoal e profissional.

O Autismo não tem cura, mas existem terapias como Psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, entre outras que podem auxiliar no desenvolvimento de crianças com essa condição.

A porta de entrada  de pacientes com autismo na rede pública de saúde é através das unidades básicas de saúde (UBS). O diagnóstico é feito a partir do relato dos pais e avaliação médica. O autismo é uma síndrome de difícil diagnóstico, por isso, a partir do momento que a família suspeitar, ela será orientada e atendida inicialmente na UBS e depois, encaminhada para o serviço especializado se houver a necessidade e demandas específicas do paciente.

Acompanhe a entrevista do Imbiara Notícias.