Doenças como influenza e VSR podem provocar complicações graves em pessoas com mais de 60 anos
Com a aproximação do inverno, os cuidados com a saúde respiratória dos idosos precisam ser redobrados. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os casos de gripe e infecções respiratórias graves vêm crescendo em todo o país, e os principais atingidos são pessoas com mais de 60 anos.
A Influenza A, que é um dos vírus da gripe, já representa a principal causa de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nesse grupo, ultrapassando até a covid-19. Outro vírus que preocupa é o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), responsável por metade das internações por SRAG nas últimas semanas.
Por que os idosos são mais vulneráveis?
Com o passar dos anos, o sistema imunológico tende a perder força. Isso significa que, ao entrar em contato com vírus respiratórios, o corpo dos idosos responde com menos eficiência. Além disso, grande parte dessa população vive com doenças crônicas como diabetes, hipertensão, problemas cardíacos ou pulmonares — fatores que aumentam o risco de agravamento de qualquer infecção respiratória.
De acordo com o infectologista Alberto Chebabo, os sintomas dessas infecções nem sempre são alarmantes no início, podendo ser confundidos com um resfriado comum. “Mas em idosos, esse quadro pode se complicar rapidamente, exigindo internação e, em casos mais graves, pode até levar à morte”, alerta o médico.
Impactos que vão além da internação
Estudos mostram que mesmo após a alta hospitalar, muitos idosos relatam dificuldades para retomar as atividades do dia a dia. A perda de funcionalidade e de autonomia é um dos efeitos colaterais mais preocupantes dessas doenças.
Entre 2013 e 2023, o Brasil registrou uma taxa de letalidade por VSR de 26% entre idosos, segundo levantamento da Fiocruz. O risco de hospitalização também é muito maior para quem já tem alguma doença cardíaca: até 33 vezes maior, de acordo com os dados.
Vacinação é fundamental
A melhor forma de prevenção ainda é a vacina. A campanha de vacinação contra a gripe segue em andamento, com prioridade para os grupos de maior risco, como os idosos. Outras medidas simples também ajudam: manter os ambientes bem ventilados, higienizar as mãos com frequência, evitar aglomerações e usar máscara ao apresentar sintomas respiratórios.
“É importante lembrar que o vírus da gripe e o VSR são altamente contagiosos, mas podem ser prevenidos com atitudes simples e responsabilidade coletiva”, reforça Chebabo.
