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Postado em: 31/01/2019 - 17:35 Última atualização: 31/01/2019 - 18:54
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Professor de geologia alerta: "é preciso saber exatamente o que aconteceu para que não se repita"

Barragens de Araxá receberão visitas técnicas

Por Eduardo Santana - Portal Imbiara

 

Após o rompimento de mais uma barragem de minério aqui em Minas Gerais, a segunda em pouco mais de três anos, o sinal de alerta em relação a essas estruturas, definitivamente, acendeu.

O desastre da última sexta-feira,25, em Brumadinho, supera, e muito, o de Mariana, que ocorreu em novembro de 2015. Sobretudo, em relação à vida humana: em Mariana, 19 pessoas perderam a vida; agora, em Brumadinho, o número de mortos já passa de cem. Mais de duzentas estão desaparecidas.

O professor de geologia, Maurício Antônio Carneiro, membro do corpo acadêmico do CEFET-Araxá, destaca que o foco de toda mineração agora, está voltado para uma investigação rigorosa e para que medidas sejam tomadas no intuito de impedir que tragédias assim voltem a acontecer: “Nesse momento nós devemos focar nossas atenções em descobrir o que aconteceu e futuramente impedir que isso aconteça novamente”, alerta o professor.

“A questão é, o que aconteceu com a barragem de Brumadinho entre 6 meses atrás até o dia 25 (janeiro)? Alguma coisa aconteceu que desestabilizou a barragem e ela se rompeu. Mas, nesse tempo essa barragem continuava sendo monitorada. Então, se ela estava monitorada, onde está a falha do monitoramento? O que aconteceu para que os processos, os equipamentos, os testes que são feitos não revelassem a fragilidade a ponto da barragem chegar num ponto de fadiga e explodir assim como explode um avião no ar?” indagou.

Para ele, a tragédia não pode transformar a mineração numa vilã em nossa sociedade: “Nós da mineração não existimos para causar nenhum prejuízo à vida humana, nenhuma tragédia. A mineração inteira está trabalhando para levar o progresso para o Brasil e para a humanidade” enfatizou.

O sinal de alerta após mais um desastre envolvendo barragens, serve também para a cidade de Araxá, onde existem duas empresas de mineração. Segundo dados da Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM), no entorno da cidade estão instaladas 15 barragens - sete da CBMM, sete da Mosaic e uma da Santa Clara Louças Sanitárias-.

O Prefeito de Araxá, Aracely de Paula, convocou, na manhã da última segunda-feira, 28, uma reunião com secretários municipais, representantes do Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros para discutir a situação das barragens construídas pelas mineradoras que exploram fosfato e nióbio no município.

Na reunião ficou decidido que o Centro de Controle Regional Integrado de Defesa Civil de Araxá, juntamente com secretários da área de segurança, meio ambiente e obras públicas, fará uma visita técnica às empresas CBMM, Mosaic e Santa Clara para ver de perto a realidade operacional das 15 barragens.