Dívida de R$ 160 mil na FMF inviabiliza a participação do clube na competição
Os torcedores do Araxá Esporte estavam com a expectativa de ver o time novamente em campo nesta temporada, especialmente após o clube oficializar a venda de 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) para o grupo Euro Sports, sediado no Rio de Janeiro. Em entrevista concedida à Rádio Imbiara 91,5 FM, o gestor da SAF, José Jerry Corrêa, confirmou que a atual situação do clube, com uma dívida pendente de R$ 160 mil e suspenso por dois anos de disputar qualquer competição promovida pela Federação Mineira de Futebol (FMF), inviabilizou a participação do alvinegro em 2025.
Jerry explicou que o problema não foi quitar a dívida existente junto à FMF. “Estive com o meu advogado na Federação, conversando com o Daniel Las Casas (secretário-geral) e com o Catita (diretor do Departamento de Futebol Amador), que foram bem claros. É algo que quem entende de futebol sabe como funciona. Se derem uma brecha para o Araxá disputar, como ficariam os outros clubes? Não podiam fazer isso. Mas conseguimos garantir que, no ano que vem — que também estava suspenso — poderemos disputar”, explicou o gestor da SAF.
Jerry acrescentou que o clube chegou a ser inscrito no campeonato de 2024 sem condições reais de disputa, o que agravou ainda mais a situação. Apesar da ausência nos gramados em 2025, a SAF prepara um calendário de reestruturação para o clube. O gestor adiantou que serão realizadas seletivas neste ano para a formação das categorias de base, abrangendo meninos a partir dos cinco anos de idade, além de um projeto voltado ao futebol feminino. “Todo clube sério precisa ter base. Queremos dar oportunidade aos talentos da cidade e da região”, afirmou.
O gestor responsável pela SAF do Araxá Esporte Clube, José Jerry Correa. Foto: Caio César/Portal Imbiara
A intenção da diretoria é disputar torneios menores ao longo do ano e focar em um planejamento estruturado para retornar com força total em 2026. “Vamos lapidar os atletas e preparar a estrutura. Precisamos de alojamento, cozinha, tudo funcionando. Não adianta fazer às pressas”, destacou o dirigente.
Sobre a situação financeira, Jerry revelou que a dívida de aproximadamente R$ 160 mil com a FMF pode ser parcelada. No entanto, a dívida com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), estimada em R$ 200 mil, deve ser quitada à vista. “Os credores da associação ainda não apresentaram todos os valores. Estamos aguardando para saber exatamente com o que estamos lidando”, acrescentou.
Mesmo diante dos obstáculos, Jerry demonstrou otimismo. “A situação é difícil, mas assumimos o clube para ajudar, e vamos levantar o Ganso. Ano que vem estaremos em campo novamente, com um time competitivo e planejamento. O torcedor pode confiar”, concluiu o gestor da SAF do Araxá Esporte.
Quem também se pronunciou sobre a situação do alvinegro foi a Federação Mineira de Futebol (FMF). Confira a nota:
"A Lei da SAF sucede a Associação para todos os efeitos, por isso o clube leva consigo a punição. É a Lei, não é nem interpretação da FMF".