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Postado em: 29/07/2025 - 12:09 Última atualização: 30/07/2025 - 10:41
Por: Manoelita Chagas - Portal Imbiara

Araxá pode viver novo ciclo econômico com exploração das terras raras, diz prefeito

Robson Magela defende que município receba mais recursos e protagonismo na gestão da própria riqueza mineral

Robson destacou a importância de garantir que a população araxaense seja diretamente beneficiada pelos investimentos. Foto: Caio César

Durante coletiva de imprensa, o prefeito de Araxá, Robson Magela, afirmou que a cidade pode estar prestes a vivenciar um novo ciclo econômico com a chegada de empresas interessadas na exploração das chamadas terras raras — um grupo de minerais essenciais para a indústria de alta tecnologia. Segundo o gestor, essa movimentação representa uma oportunidade para corrigir distorções históricas deixadas pela exploração do nióbio, quando, segundo ele, Araxá ficou com apenas “migalhas” dos lucros gerados.

Robson destacou a importância de garantir que a população araxaense seja diretamente beneficiada pelos investimentos. "Essa é uma fase histórica para a nossa cidade. Não podemos repetir o passado. Precisamos garantir que os recursos fiquem aqui e sejam revertidos em saúde, educação, assistência social e infraestrutura", pontuou. Ele afirmou que uma empresa australiana está prestes a investir cerca de 2 bilhões de dólares no município, o que deve aumentar significativamente a arrecadação.

Para acompanhar esse crescimento e atrair novos empreendimentos de forma ordenada, a Prefeitura vem estruturando ações por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. O foco, segundo Robson, está na capacitação técnica da mão de obra local para atender à demanda da nova cadeia produtiva que se instala. “A gente está qualificando as pessoas para que os empregos fiquem em Araxá. As empresas vêm, mas a prioridade é o nosso povo”, disse.

O prefeito também ressaltou que Araxá precisa se preparar para liderar o cenário nacional da produção de terras raras, mesmo diante do desafio de o Brasil ainda não possuir um parque industrial robusto voltado à transformação desses minerais. Ele reforçou que essa liderança passa pela criação de políticas públicas e pela participação ativa nos marcos regulatórios em discussão a nível federal.

Magela revelou que a Prefeitura contratou um escritório jurídico em Belo Horizonte para revisar o repasse de recursos da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), o chamado royalty da mineração. “Queremos o que é nosso por direito. Vamos lutar para que Araxá não seja mais apenas um território de extração, mas um centro de desenvolvimento.”

Ao comentar a atuação das estatais mineiras CODEMGE e CODEMIG — que passam por processo de federalização — o prefeito reforçou a preocupação com a possível perda de autonomia sobre as riquezas locais. “Não podemos ser meros espectadores enquanto outras instâncias administram o que é nosso. Vamos buscar apoio dos nossos representantes estaduais e federais para garantir que Araxá não fique para trás.”

Por fim, Robson defendeu o diálogo com a CBMM e outras mineradoras instaladas na região, mas deixou claro que o interesse da população araxaense vem em primeiro lugar. "Temos que manter boas relações, mas nunca mais vamos permitir que nossas riquezas saiam daqui enquanto a cidade fica com prejuízos."