Serviço é voltado a pessoas com mobilidade reduzida que não conseguem ir até a unidade de saúde
Desde 2009, a cidade de Araxá conta com um serviço que leva cuidado, acolhimento e qualidade de vida diretamente às casas de pessoas em situação de vulnerabilidade. É o PIDE — Programa Interdisciplinar de Internação Domiciliar — que atende pacientes acamados, com mobilidade reduzida ou sem condições físicas e sociais de se deslocarem até uma unidade de saúde. Hoje, cerca de 30 pessoas aguardam na fila para ingressar no PIDE.
Coordenado pela enfermeira Karen Alves, o programa acompanha atualmente 86 pacientes, incluindo os que estão na fila de espera. Segundo ela, o PIDE é um braço essencial da saúde pública local. “Nosso foco são pessoas que, por diversas condições, não conseguem sair de casa. Pode ser um cadeirante, alguém em uso de traqueostomia ou que passou por longa internação hospitalar. Nós vamos até essas pessoas”.
A entrada no programa não acontece por demanda espontânea. O primeiro passo é procurar a Estratégia de Saúde da Família (ESF) mais próxima. Segundo Karen, o paciente é avaliado por um profissional, que encaminha o caso ao PIDE, onde é realizada uma nova triagem por uma equipe formada por enfermeira, assistente social e demais profissionais.
O atendimento é realizado por uma equipe multidisciplinar, composta por fisioterapeutas, enfermeiros, nutricionista, psicóloga, fonoaudióloga, técnica de enfermagem e assistente social. A logística é organizada com o apoio da Prefeitura, que fornece transporte para que os profissionais cheguem às residências dos pacientes.
A fisioterapeuta Rossina Costa, que também integra o PIDE, explica que cada especialidade possui uma frequência específica. “A fisioterapia, por exemplo, é feita duas vezes por semana. Já a nutricionista vai uma vez por mês. Tudo depende da necessidade e da realidade de cada paciente”.
O PIDE vai muito além da reabilitação física
O diferencial do programa está no cuidado integral. A equipe avalia não apenas a queixa principal, mas também as demais necessidades do paciente e da família. “Recebo um encaminhamento para fisioterapia, mas, no acolhimento, percebo que o paciente está triste, desnutrido, sozinho. Aí já encaminhamos também para a psicóloga, para a nutricionista...”, conta Karen.
Além do atendimento direto, a equipe capacita familiares e cuidadores, ensinando exercícios, manuseio de curativos e mobilizações no leito. Isso garante a continuidade dos cuidados nos dias em que a equipe não está presente e após o encerramento das sessões previstas.
“Em casos de doenças como Alzheimer ou Parkinson, sabemos que a reabilitação total não será possível em 20 ou 30 sessões. Nesses casos, damos orientações para que os cuidadores possam manter o que foi conquistado”, explica Rossina.
O programa também fornece kits de curativos aos pacientes que necessitam. O material é liberado mediante avaliação do médico da Estratégia de Saúde da Família e autorização da Secretaria Municipal de Saúde. Em casos específicos, como o uso contínuo de oxigênio, o município conta com o Serviço de Oxigenoterapia Domiciliar (PODP), que atende cerca de 200 pessoas com o suporte de uma empresa terceirizada.
Quem pode ser atendido?
O PIDE é voltado exclusivamente para pacientes acamados — temporária ou permanentemente — e em condições que impedem a ida até uma unidade de saúde. Idosos com dificuldade de locomoção, mas que ainda conseguem sair de casa com auxílio, devem ser encaminhados ao setor de fisioterapia da rede pública, que também oferece transporte em alguns casos.
Como solicitar?
O primeiro passo para ser atendido pelo PIDE é procurar a Estratégia de Saúde da Família mais próxima da residência. Para dúvidas gerais, o setor pode ser contatado pelo telefone (34) 3691-7186, de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h.
