Cristiano Vilaça aponta alta rotatividade, concorrência por profissionais e instabilidade econômica como principais desafios
Durante participação no programa Conexão Imbiara – Economia e Negócios, o representante do Grupo Bahamas, Cristiano Vilaça, trouxe à tona questões centrais que afetam o setor supermercadista em Araxá e em toda a região. Segundo o diretor regional do Grupo Bahamas no Triângulo Mineiro, a escassez de mão de obra não é um problema exclusivo do segmento de supermercados, mas uma realidade generalizada, presente em diversos setores da economia local, considerada forte e economicamente privilegiada.
“Temos uma grande oferta de empregos, com a presença de mineradoras, do setor logístico e de outros segmentos que demandam mão de obra simples e de primeiro emprego. E o nosso setor também se baseia muito nesse perfil”, explicou. Cristiano relatou, inclusive, a dificuldade constante em manter o quadro completo de colaboradores nas lojas, devido à alta rotatividade e à concorrência entre as empresas por profissionais.
Ele ressaltou que a Associação Mineira de Supermercados (AMIS) tem dialogado com o governo em busca de soluções para o problema, que afeta diretamente o funcionamento das lojas — sobretudo diante da necessidade de atendimento em horários menos atrativos, como sábados, domingos e feriados.
Outro ponto abordado foi a estratégia de comunicação e marketing. O grupo investe em mídia tradicional, como TV e rádio, mas tem reforçado sua presença digital por meio de redes sociais como Facebook, Instagram e YouTube, onde há maior possibilidade de interação direta com o consumidor. “Nas redes sociais, o cliente responde, comenta, e isso nos dá um retorno imediato sobre campanhas e produtos”, pontuou.
Cristiano também adiantou que o Grupo Bahamas planeja realizar um evento esportivo em Araxá nos próximos meses, com previsão para agosto. “O público de Araxá gosta muito de corrida de rua, e essa é uma forma de integrar ainda mais a marca à comunidade”, afirmou.
Um dos destaques sociais mencionados foi a campanha solidária realizada durante o aniversário do Bahamas. Em março de 2025, as lojas de Araxá arrecadaram cerca de 185 toneladas de alimentos doados por clientes — volume que foi dobrado pela empresa, totalizando 370 toneladas destinadas a instituições locais.
O programa Conexão Imbiara Economia e Negócios é exibido todas às quintas-feiras na Rádio Imbiara. Foto: Caio César/Portal Imbiara
Salários e benefícios
Cristiano esclareceu que os salários pagos aos colaboradores estão em conformidade com o que prevê o sindicato do comércio e com a legislação vigente. “Estamos alinhados ao mercado, fazemos pesquisas constantes com concorrentes e buscamos oferecer benefícios além do salário”, disse. Entre os benefícios estão convênios médico e odontológico, parcerias com faculdades e academias, além de oportunidades internas de crescimento profissional.
Efeitos da economia no consumo
Com relação ao cenário macroeconômico, o representante do grupo destacou que a inflação, a alta do dólar e dos juros impactam diretamente o setor. “Quando a economia vai mal, somos os primeiros a sentir. O consumidor migra de marcas mais caras para alternativas mais baratas. Isso afeta o ticket médio e, consequentemente, o desempenho das lojas”, avaliou.
Produtos de marca própria e comportamento do consumidor
Cristiano também comentou sobre a importância das pesquisas de mercado para definir estratégias. O Bahamas tem investido em produtos de marca própria — como arroz, batata congelada e pão de alho —, desenvolvidos com qualidade, mas com preços mais acessíveis. “São decisões que tomamos com base nos hábitos e no comportamento do consumidor de cada cidade e bairro. E é por isso que investir em escuta ativa nas redes sociais e em pesquisas formais é tão importante”, concluiu.