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Postado em: 08/07/2025 - 15:10 Última atualização: 09/07/2025 - 10:49
Por: Alex Sander Xexéu - Portal Imbiara

Seis escolas estaduais de Araxá realizam assembleias para possível implantação do Programa Cívico-Militar

Consultas com a comunidade escolar acontecem ao longo do mês de julho e vão definir adesão ao modelo

Escolas de Araxá que foram escolhidas para possível adoção do Programa. Fotos: Caio César

Seis escolas estaduais de Araxá iniciam, a partir desta semana, uma rodada de assembleias com a comunidade escolar para discutir a possível adesão ao Programa das Escolas Cívico-Militares. A iniciativa é da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG), em parceria com a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, e propõe um modelo de gestão compartilhada com foco em disciplina, respeito e cultura de paz.

De acordo com a SEE, o programa não altera o currículo pedagógico nem interfere na atuação dos professores. Os militares não dão aula, mas atuam em ações de apoio à gestão escolar, como prevenção de conflitos, promoção de valores éticos e auxílio em atividades cívicas e de organização. A adesão é opcional e só ocorre após consulta e aprovação da comunidade escolar.

Sind-UTE/MG (Sindicato dos Servisores da Educação de Minas Gerais) divulgou o Informe de Julho de 2025, com  posicionamento contrário à tentativa do governo de Minas Gerais de implantar o modelo de escolas cívico-militares na rede estadual. O Sindicato alerta que essa proposta representa um grave retrocesso na educação pública, ameaçando a liberdade pedagógica, a gestão democrática e o papel da escola como espaço de formação cidadã e crítica.

No editorial, o Sindicato destaca que não é com presença militar nas escolas que se melhora a qualidade do ensino, mas sim com investimentos reais: valorização dos educadores, melhoria da infraestrutura, redução do número de alunos por sala e ampliação das políticas de cultura e esporte.

O informe também denuncia os reais interesses por trás da proposta, entre eles:

Apelo eleitoral visando 2026;

Redirecionamento de recursos do FUNDEB para militares da reserva;

Criminalização da juventude periférica;

Tentativa de enfraquecer a organização sindical e movimentos por melhores condições de trabalho.

6 motivos para dizer NÃO às escolas cívico-militares:

Casos de assédio, abuso e repressão;

Doutrinação ideológica e apologia ao nazismo;

Tratamento policial para questões escolares;

Desvalorização dos(as) educadores(as);

Desvio de recursos de áreas prioritárias;

Diferença entre escola cívico-militar e escolas militares reais.

Em Araxá, as seguintes escolas terão assembleias nos próximos dias:

Terça-feira, 8 de julho - Escola Estadual Dom José Gaspar – 17h30;

Quarta-feira, 9 de julho - Escola Estadual Maria de Magalhães – 17h40;

Segunda-feira, 14 de julho - Escola Estadual Padre Anacleto – 17h30;

Terça-feira, 15 de julho - Escola Estadual Armando Santos – 18h00;

Quinta-feira, 17 de julho - Escola Estadual Polivalente – 18h00;

Escola Rotary: data da assembleia ainda será definida.

O programa já está presente em nove escolas mineiras, onde, segundo a SEE/MG, foram observadas melhorias no clima escolar, redução da evasão, aumento da participação das famílias e maior engajamento dos alunos.

A proposta deve passar pela aprovação do Colegiado Escolar, de forma democrática e registrada em ata. Caso a comunidade escolar aprove a adesão, a implantação será gradual.