De acordo com Valter André, a falta de preparo dos candidatos contribui para esse índice
Os exames de rua para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) são feitos atualmente em espaço que fica ao lado da Unisul e situado na avenida Aracely de Paula, no bairro Vila Silvéria. Porém, o índice de aprovados em Araxá está baixo. Durante o Fórum Comunitário que debateu sobre os processos de exames para CNH, a 2ª Delegacia Regional de Polícia Civil (2ª DRPC) revelou esse percentual abaixo dos 20%.
De acordo com o chefe da 2ª DRPC, Valter André, o atual índice preocupa porque mostra que os candidatos não estão preparados ou aptos para fazer a prova de obtenção da CNH. “Não é porque o candidato faz aquele mínimo exigido por lei na autoescola e ele acha que está apto para fazer a prova. O que estamos observando nesses exames com muitas reprovações? É que ele faz o mínimo exigido por lei na autoescola e já obriga a autoescola a marcar o exame dele de rua. Aí ele vai para o exame de rua e realmente não está preparado, não está apto e não está psicologicamente preparado para não cometer as faltas no decurso da sua prova”, explica.
Valter enfatiza que essas faltas são eliminatórias, algumas são leves e outras são médias. “Bater na guia de sarjeta, que é uma falta eliminatória, durante o percurso, afogar o carro ou engasgar o carro, então tem várias provas que são eliminatórias e que o examinador fala: pode retornar ou pode parar de fazer o exame que o senhor está eliminado. Existe aquelas faltas que são leves ou médias como não dá seta para converter para direita ou esquerda, não fazer a devida sinalização, então são faltas que o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) determina”.
Segundo o delegado, o nervosismo realmente pode atingir a pessoa que está no volante na hora do exame, mas em outros casos é observado realmente a falta de preparo do candidato. “Não dá para o Detran, como órgão, habilitar uma pessoa ou dá uma CNH para a pessoa ir na rua e aprender dirigir na rua. Ela tem que estar apta na hora do exame, senão o carro acaba virando uma arma, vai atropelar alguém, vai bater em um carro, vai ferir alguém e isso temos que evitar”.
O chefe da 2ª Delegacia Regional de Polícia Civil (2ª DRPC), Valter André. Foto: Natália Fernandes/Portal Imbiara
Para o delegado, os examinadores também são pessoas e cada um têm um jeito de trabalhar. “Eles precisam chegar no local do exame, aplicar a prova e vê se essa pessoa está apta ou não para obter a CNH. Agora ser cordial ou não vai de cada pessoa. Às vezes, uma pessoa é mais cordial, outra não. Uma fala bom dia, outra não. Então, não existe um padrão”, diz Valter André.
O delegado esclarece que o custo para obter a CNH é uma definição exclusiva do governo estadual, mas as autoescolas têm a liberdade de definir quanto vai cobrar para prestar o serviço ao aluno. “Tem os custos das autoescolas que elas definem também quando vai cobrar por cada aluno usar o carro dela e usar a estrutura dela. Isso o candidato precisa pesquisar as escolas e qual que cabe no orçamento. Realmente fazer o que a autoescola determina para ver se está apto a fazer a prova. O que não pode é ‘vou lá, pago o mínimo que é exigido e já quero obter a minha CNH’. Aí ele acaba reprovando uma, reprovando duas e tem candidatos reprovando seis ou sete vezes porque não está apto”.
A Polícia Civil tem condições de aumentar o número de provas que ampare melhor os candidatos. “O que a gente tem condição é aumentar o número de exames. Então, em um mês, a gente faz mais vezes os exames, aumenta o número de quantidade para as autoescolas conseguirem colocar o candidato mais vezes no local do exame, mas a aprovação tem critérios subjetivos. A pessoa não pode cometer aquelas provas que estão na instrução do Denatran. Se cometer aquela falha será reprovada. O índice de aprovação é muito disso aí. É a pessoa não cometer aquelas faltas que o Denatran fala que são provas eliminatórias”, conclui o delegado.