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Postado em: 16/08/2022 - 12:13 Última atualização: 16/08/2022 - 15:21
Por: Natália Fernandes - Portal Imbiara

Área da AEF em Araxá deve ser vendida e clube pode deixar de existir

O terreno onde o clube foi construído pertence a Mosaic e a empresa informou verbalmente à associação a intenção da venda do espaço

O clube está localizado no bairro Dona Beja, em Araxá, desde 1994. Fotos: Natália Fernandes/Portal Imbiara

Há mais de 40 anos,  o clube da Associação dos Empregados da Fosfértil (AEF) está em atividade em Araxá, mas agora corre o risco de fechar as portas. Isso porque a empresa de fertlizantes Mosaic, proprietária do terreno onde fica localizado o clube, pensa em vender o terreno.

Inaugurado para ser um espaço de recreação dos empregados da antiga Valep, em 1978, o clube foi criado pelos funcionários que contribuíam financeiramente para a manutenção do espaço. Em 1984, houve a construção das dependências atuais do clube localizado no bairro Dona Beja, terreno que foi cedido pela empresa.

Com a venda da Valep para Fosfertil, o clube manteve as atividades para os empregados que mantinham a contribuição. Daí o nome da Associação dos Empregados da Fosfertil, criada para manter as atividades. Com o passar dos anos, a empresa proprietária do terreno se uniu a novos grupos como a Vale, e recentemente, a Mosaic, que é atual proprietária do terreno cedido à Associação.

Desde 1994, o clube passou a ser independente, abrindo as portas para a comunidade em geral utilizar do espaço que hoje contém quadras esportivas, campos de futebol, piscinas, saunas, academia, espaço para jogos, e um salão de festas. A partir desta data, o clube recebeu novos associados e as dependências hoje são utilizadas também pela comunidade, com projetos sociais e até mesmo as atividades propostas pela Secretaria Municipal de Esportes, como Campeonato de futebol amador e Ruralão da cidade.


Investimento de trabalhadores promoveram ao longo dos anos melhorias e expanção do clube 

Recentemente, a Mosaic em reunião com os representantes da Associação, informou sobre a intenção de vender o terreno onde está construído o clube, notícia que pegou de surpresa os diretores do clube que buscam reverter a possível decisão da empresa. Em entrevista ao Portal Imbiara, Márcio Rogério, gerente do clube, falou sobre a possível restituição da área.

“É muita tristeza pra gente receber essa notícia. O espaço de lazer hoje é muito grande e frequentado por toda a comunidade de Araxá. Nós abrimos o clube para novos associados, vendemos convites para o final de semana, recebemos eventos sociais, temos saunas, academia, espaço de aulas de natação e recepcionamos também os campeonatos de futebol. A associação hoje é um patrimônio de Araxá e seria uma perda muito grande para a cidade se o clube deixar de existir”, disse Márcio Rogério.

A empresa não chegou a determinar prazos nem oficializar o comunicado em âmbito judicial e, por isso, os dirigentes do clube pretendem reverter a situação e comprovar a importância do local para a cidade.

“O associado do clube pode ser qualquer araxaense interessado. Abrimos o espaço também para crianças de escolas públicas para que passem um dia conosco, atendemos as crianças da Casa Lar para utilização do espaço, além de ceder o nosso campo para os campeonatos municipais. Sobre esse possível fechamento, fomos comunicados apenas de forma verbal e estamos nos mobilizando para que isso não aconteça. Hoje, 15 famílias dependem do clube para sobreviver e por isso nós pedimos à comunidade de Araxá para que venha frequentar o clube e utilizar os nossos espaços para que ele não deixe de existir”, explica o gerente do clube.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Extração de Metais Básicos e Minerais Não-Metálicos de Araxá (SIMA), Vicente Magalhãe, afirma que o Sindicato está acompanhando a situação para resguardar os direitos da associação.

“É uma situação inusitada que está acontecendo com clube após esses 40 anos, porque houve um investimento muito grande dos trabalhadores, a retirada do salário dos trabalhadores. E as empresas antes da Mosaic nunca se preocuparam em pegar o imóvel para vender. A maioria dos associados do Sindicado são associados do clube e o espaço serve aos trabalhadores para todo o tipo de atividades que hoje utilizam o clube dia a dia. Então, é uma solicitação incabível. Aquela é uma área que foi reservada desde o inicio para ser um espaço social dos empregados”, explica o presidente do SIMA.

Na tentativa de negociação, o sindicato chegou a demonstrar intenção de compra da área, mas a negativa por parte da empresa veio logo em seguir.

“A primeira providência do sindicato foi fazer uma proposta de compra e encaminhamos à Mosaic, mas eles responderam que tinham uma proposta mais favorável. Mas a proposta mais favorável não leva em consideração a contribuição dos funcionários que foi feita nesses anos todos” enfatiza Vicente Magalhães.


Espaços de lazer são abertos à comunidade em geral 

O Portal Imbiara procurou a empresa para falar sobre o assunto que  em resposta enviou a seguinte nota:

A Mosaic Fertilizantes informa que a eventual venda do terreno cedido à Associação de Empregados ainda está sendo analisada internamente. A empresa reforça que tem a mais genuína preocupação com o bem-estar das comunidades onde atua, buscando diálogo para construir confiança e encontrar soluções transparentes, que respeitem a diversidade de cada região.