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Postado em: 17/07/2023 - 09:07 Última atualização: 17/07/2023
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Planejamento financeiro, fluxo de caixa, cultura e resultados

Silvio Gonçalves de Souza – economista com pós-graduação em gestão e consultor empresarial

A gestão financeira do negócio deve extrapolar a rotineira gestão do caixa. A preocupação com as contas e tributos a pagar, a reposição de estoques e a gestão da cobrança e das contas a receber deve ser precedida por um planejamento. Essa importantíssima tarefa requer a elaboração de um plano de contas, também chamado de centros de custos, que se constituem em parâmetros para o cadastro de todas as contas ocorridas no negócio.

Todos os desembolsos, que podem ser denominados de custos, despesas e investimentos, devem ser mapeados e registrados de forma adequada. Os custos são os gastos inerentes ao produto fabricado ou revendido pela empresa. As despesas devem ser classificadas em fixas, variáveis e financeiras. As despesas fixas são aquelas que ocorrem independentemente do volume de vendas e faturamento. Os exemplos mais conhecidos são: salários fixos, encargos sociais, aluguel do imóvel, água, energia elétrica e telefone. O “salário” do empresário, denominado de pró-labore, também é uma despesa fixa.

As despesas variáveis só ocorrem se a empresa vender e oscilam de acordo com o volume de vendas. Os exemplos mais conhecidos são: comissões dos vendedores, encargos sociais sobre a remuneração variável e entregas. As despesas financeiras se referem aos gastos com tarifas e juros bancários, juros com antecipações de recebíveis, como o cartão de crédito, seguros bancários e IOF. Os investimentos se constituem em aquisições de ativos fixos, como imóveis e veículos, e ativos financeiros, como ações, cotas de consórcio e aplicações financeiras.

Pelo lado das receitas, ou faturamento, é necessária a distinção entre as receitas operacionais, que são provenientes do exercício da atividade empresarial, e as não operacionais, que podem advir de vendas de ativos fixos e financeiros, recebimento de juros de aplicações financeiras e de atrasos de clientes, por exemplo.

A implantação de uma rotina de planejamento financeiro, seguida de uma efetiva colocação em prática do que foi planejado e a constante correção de erros, farão com que o empresário crie condições para o predomínio de uma cultura de gestão financeira, que tornará a condução do negócio mais previsível e menos sujeita às oscilações de mercado. Com o domínio das informações do seu negócio, o empresário poderá incorporar outra ferramenta à sua gestão, que é chamada de fluxo de caixa projetado, que lhe permitirá ter uma melhor visão do capital de giro necessário à operação normal da empresa.

O fluxo de caixa projetado pode ser entendido como uma espécie de amarração de tudo o que será gasto pela empresa nos próximos meses a tudo o que deverá e poderá ser recebido neste mesmo período. Ou seja, as entradas e saídas de recursos ao longo do ano. Estas informações devem ser lançadas mês a mês, de forma detalhada e precisa. Além disso, é preciso que as despesas recorrentes, como água, luz, telefone, salários, dentre outras, sejam atualizadas e projetadas para os próximos meses.

O fluxo de caixa projetado permite que o empresário mensure melhor as necessidades de capital de giro para o seu negócio. O valor do capital de giro, constitui-se nos recursos de alta liquidez que a empresa dispõe para fazer frente às suas obrigações de curto prazo, com fornecedores, salários, impostos, encargos sociais, aluguel, dentre outras despesas fixas, variáveis e financeiras. Essa disponibilidade financeira garante maior tranquilidade e evita a tomada de recursos de última hora junto a instituições financeiras, pagando-se juros elevados e que corroerão o resultado econômico.

A conciliação da gestão financeira sistemática com a execução da principal atividade do empresário, que é a venda, ao lado de outras importantes atividades como compras, contratação e treinamento de funcionários, divulgação da empresa nos meios de comunicação, acompanhamento das ações da concorrência, requerem um planejamento da sua rotina, uma boa administração do tempo e a delegação de tarefas. Afinal, para sobreviver e crescer no mercado, obtendo-se resultados econômico-financeiros consistentes, é preciso desenvolver uma cultura de planejamento e melhoria contínua, com o devido envolvimento de todos os colaboradores.

Silvio Gonçalves de Souza – economista com pós-graduação em gestão e consultor empresarial
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